quinta-feira, 25 de junho de 2009

Brotherhood



Outro dia, um fim de semana, eu estava em plena TPM e o Felps, meio enjoadinho, meio gripado, abria o berreiro a cada vez que eu me afastava dele poucos milímetros. Típica manha.
Sem paciência, estrilei:
_Ahhhh, não, Felipe, pode parar com essa choradeira!
Meu tom de voz é sabidamente alto, e saiu alguns decibeis acima.
Qual não é minha surpresa quando, imediatamente, o Lucas, que parecia absorto em algum desenho, pula à frente do irmão e vem, todo assertivo:
_Mãe, não grita com ele! Sério, mãe, não vai adiantar nada você gritar com ele, e ele ainda vai ficar mais assustado.
Eu parei imediatamente assaltada por duas sensações. A primeira, racional: ele estava absolutamente certa e eu fiquei orgulhosa da argumentação firme, segura, fundamentada.
A segunda foi puramente emocional: eu fiquei tocada pelo instinto de proteção genuíno esboçado por aquele menino, do alto dos seus 8 anos, até ontem ele mesmo o bebê da casa, desprovido de qualquer ciúme, imbuído de um amor que a gente não tem como saber de onde brota.
E foi aí, nesse dia, diante dessa cena que eu queria perpetuar na retina, no coração, que me deu finalmente vontade de ter um blog. Porque essas coisas passam, infelizmente. Porque não temos uma câmera de video à mão para registrar os momentos realmente preciosos da vida.

Um comentário:

  1. Adorei. Meus olhos ficaram cheios de lágrimas. Ainda bem que ainda não inventaram uma engenhoca capaz de registrar o que a gente sente. Acabei de ver que vc tem um blog e já vou pregar seu link lá no meu. Grande beijo, amiga!

    ResponderExcluir