quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Para Felps, em seu quarto aniversário

São Paulo, 12 de setembro de 2012.



Felipe, Felps, Mindu...

Você ainda não sabe ler, então, provavelmente, só travará contato com este texto daqui a alguns anos, quando sabe-se lá se esse blog ainda estará ativo ou se estará soterrado em camadas geológicas da internet.

Mas hoje em dia, filho, os textos costumam ser escritos assim, sem tinta e papel. E quando você for maior talvez os meios sejam ainda mais virtuais...

O importante é que hoje, dia do seu aniversário de 4 anos, me deu vontade de te escrever. A inspiração veio do texto que uma amiga escreveu para a filhinha dela, ainda bebezinha, contando tudo que passou a sentir e aprendeu depois que ela nasceu.

Mas, na verdade, é um desejo antigo. Tem a ver com a própria razão de ser desse blog pouco atualizado e com a minha antiga obsessão por diários, por trilhas sonoras, por fotos, enfim, por registros dessa vida que passa tão voando que a gente às vezes esquece de parar para refletir.
E passou tão rápido... Embora, por outro lado, tenha levado tanto tempo...

Você nasceu em 12 de setembro de 2008, depois de três tentativas que não deram certo que eu e o papai fizemos de ter o segundo filho. O Lucão tinha 8 anos, já, e toda a gravidez foi muito tranquila, mas sempre cercada por aquele medinho de as coisas darem errado de novo.

Mas deu tudo certo!!! Numa manhã seca de Brasília, você chegou meio carequinha, mais clarinho que o Lux, gordinho e redondinho e mudou a vida da nossa família pra sempre, para melhor.

O Lucas ganhou o irmão que tanto pedia, e eu e o papai ganhamos um bebê loiro, veja só! Um bebê tranquilo, fofo, desde sempre meigo, que nos primeiros meses gostava de dormir nos meus braços enquanto eu dançava no meio da sala no nosso apartamento 101, no Bloco F da SQSW 103, Sudoeste, em Brasília.

Tenho saudades das nossas tardes de ócio e TV quando eu estava de licença-maternidade, em que nos deitávamos na minha cama e brincávamos sem hora para acabar. Dos nossos passeios de carrinho pela quadra, que terminavam com café e bolinho de tapioca na Monjolo _, e, claro, com as pessoas debruçadas sobre seu carrinho e babando de tanto que você era fofo.

Passamos uns perrengues, como quando você rolou da cama e quebrou o bracinho, ainda aos seis meses. Ou quando, meses depois, foi a vez da perna. De cara já dava para sacar: esse seria um bebê mais agitado que o Lucático.

E assim tem sido. Voluntarioso, às vezes mandão, às vezes manhoso. Mas sempre carinhoso, alegre, esperto, vivaz, feliz. Uma criança sorridente, feliz e empolgada com as coisas da vida.

Aos 4, já conhece Paris e Nova York. Muito chique, você. Também gosta de "Big Time Rush", "Brilhante Vitória" e "Mad", assuntos que devem fazer seus coleguinhas de classe ''boiar'', já que não são para a sua idade. Às vezes solta um palavrão aqui, um ''saco'' ali. Coisas de menino temporão com irmão (e ídolo) mais velho.

E como come!!! Meu gordinho não dispensa pastel (''de ketchup''), batata frita, pizza (de linguiça, sempre), macarrão (com queijo ''enrolado''), carninha, sorvete, tomate, chocolate, guaraná... Não gosta muito de fruta e enrola com os legumes, mas traça qualquer trasheira.

Segundo filho é isso aí. Se o Lucas teve de enfrentar a rigidez de dormir sempre no quarto dele, comer legumes e frutas regularmente e só experimentou brigadeiro na festa de um ano, você vira e mexe dorme "numa cama diferente'', viajou para a praia aos 3 meses e encarou papinha Nestlé na mais tenra primeira infância.

Espero que a gente não esteja errando, filhote. E pode ter certeza: vamos pegar pesado com você quando precisar, porque educar às vezes é ser chato, e fazer coisas que vão deixar você ''muito triste'', como você fala com aquele beicinho que deixa todo mundo apaixonado.

Meu loirinho manhoso é esperto. Sabe contar até perder a conta, conhece todas as letras, sabe os dias da semana, canta em inglês (I'm sexy ananoi nanoi) e mexe no iPad melhor que eu. Gosta de historinhas, de que a gente ''fique até o soninho'' e odeia escovar os dentes (e tem bafinho às vezes, tenho de confessar).

Já quebrou os dois dentes da frente, além da perna e do braço e das duas cirurgias. Ufa, você é de tirar o fôlego, Felps!

Espero que quando você souber ler e se um dia tiver acesso a esse texto você seja ainda mais feliz do que hoje, mais esperto, talvez um pouco menos precoce (hehe), mais fofo e mais lindo. Será que isso é possível?

Obrigada por ter vindo iluminar a nossa casa com seus cabelos loiros. Obrigada pelo seu sorriso, pelos seus olhinhos espertos, pelo seu jeitinho todo peculiar de correr (e de cair, e de derrubar, e de chorar, e de comer meleca de nariz, e de falar ''me dá um ablaço'' ou ''eu pleciso de um colinho''; ok, o ''l'' do Cebolinha você já abandonou, mas era tão fofo que a gente ainda te imita assim).

Obrigada por tornar a minha vida, a do papai e a do Lucas todos os dias mais feliz pelo fato de você ter vindo se juntar à nossa família. Ser sua mãe e mãe do Lucas é a melhor coisa da minha vida, todos os dias. Vivo por vocês, meus amores.

Feliz aniversário, Mindu. Hoje à noite vai ter o bolo que você exigiu, pode deixar.

Te amo!
Mamãe