terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Seasons change

Se existe uma certeza é que, quando eu for beeeeem velhinha, ainda me lembrarei --com nostalgia e um sorriso enrugado nos lábios murchos-- deste singular 2014.



Começou nos EUA, passou pelo Japão, por Londres, pelo Texas, pela Califórnia... Foi uma volta ao mundo física que acompanhou as várias reviravoltas profissionais, pessoais, familiares.


Confirmou uma certeza que eu já tinha desde a infância: gosto de escrever roteiros, quero aprender a fazer isso. Tive o prazer de conhecer mr. Robert McKee e sua gentileza rabugenta, seu amor aos filmes, às séries, aos atores, às frases memoráveis. Seu "quem determina sua história é você" ficará gravado em pedra na minha cabeça, como a confirmação de algo em que eu sempre acreditei.


Teve uma pausa inesperada e muito bem-vinda de cinco meses, nos quais pude ver meus filhos nadarem, correrem, estudarem, jogarem futebol, lerem, essas coisas triviais que, na rotina maluca do dia-a-dia, passam quase despercebidas por mim há muitos anos, mais do que o razoável.



Vi que os dias de semana, vejam só, também têm por-do-sol. Que as pessoas estão na rua em horários em que normalmente estamos enclausurados, que há tanta vida lá fora.

Respirei quando, em condições normais, estaria prendendo a respiração, sem ar, sem fôlego por causa da "festa da democracia". Vi essa mesma festa de fora, de camarote, o que muda totalmente a visão.

Vi meus amigos virarem hooligans políticos, vi o primeiro turno do exílio texano. Me espantei com as certezas absolutas, com os ódios injustificados, com a defesa cega que muitos fizeram de um e de outro candidato, assim como os ataques inclementes, tanto uns quanto outros sem nenhuma relação com os fatos, a realidade. Foi um alívio estar fora dessa arena, desse desgaste.

Meninos, eu VI 2014. Vi, cheirei, peguei na mão, levei à boca, mastiguei, degluti.



Vi gente que eu amo se lançar sem rede de proteção rumo ao novo, o que só me enche de orgulho e admiração. Otávio Cabral, Lindeza: sua garra, sua competência e sua coragem são um norte para a nossa família e para a minha vida. Você é foda, muito.

Resistimos às intempéries de 2014. E olha que houve turbulência de sobra nesses últimos anos, mas tamos aqui, vivos e felizes. Você mudou sua vida e de novo deu tudo certo. Agradeça ao ano também, ele não poderia ter sido mais generoso com você, com a gente.


E corri. Foram, desde janeiro, 752 km de uma jornada que começou antes, pra valer mesmo em 2013, e que vai culminar, amanhã (!), com a tão esperada e temida São Silvestre. Venci os 8k, depois os 10k, e agora virão os 15k.

Como as placas de quilometragem da estrada, é uma alegria deixar cada uma dessas marcas para trás, treinar para cada prova, vencer cada desafio autoimposto. Correr me deu a resiliência que eu precisava para mudar várias coisas na minha vida e encarar as notícias inesperadas desse ano intenso, a endorfina necessária para manter a engrenagem girando.



E emagreci. Foram ''só'' 5 kg neste ano, que se somaram aos 9 kg deixados em 2013 e nunca mais reencontrados (#rip). O que ganhei com isso foi não só um corpo novo, mas uma cabeça nova, uma totalmente nova autoestima, um gosto absolutamente inédito pelo exercício --até pela dieta.



Quando você passa a esperar a ida à nutricionista, se pega desejando de verdade um suco verde e não se importa em perder uma jaca quando é necessário, você vê que virou uma chave na sua cabeça. E isso é pra sempre, espero.



E morri de rir. Com a família, com amigos da escola, da faculdade, do trabalho, de SP, do Rio, de Brasília, de Londres, de Washington, do clube, de todos os lugares. Fizemos selfies, lembramos o passado, bebemos, dançamos, almoçamos, jantamos. Ganhei festa-surpresa, fiz minha festa anual com o Zagallo --agora junto com a Dea.

Vi tanta gente querida que não encontrava havia tanto tempo. Por que, senhores, passamos tanto tempo sem nos ver? Por que dizemos "precisamos nos ver" e não cumprimos? Um dos meus orgulhos do sabático foi ter marcado os encontros e ido, porque eles sempre valeram demais a pena.

Conheci gente nova fantástica. Não tirei ninguém da minha vida e arranjei espaço pra gente nova. Isso é o que vale a jornada!


Também chorei, claro. Perdi minha última avó, já no finzinho do ano. Vó, valeu por tudo! Foi ótimo vê-la ainda firme, forte e brincalhona no aniversário de 91 anos, em maio, e saber que o fim, penoso, não se esticou muito e que ela morreu dormindo, serena, quando ficar viva seria um sofrimento sem fim.


Achei que ficar fora da eleição seria o fim do mundo, que viria uma tempestade difícil de segurar, briguei com o filho de recuperação, briguei com familiares, fiz merda, falei merda, magoei gente querida.

Vi gente que eu amo ficar doente e me preocupei demais. Sofri junto com amigos que viveram perdas brutais, tragédias com crianças --uma coisa que deveria ser proibida de acontecer. 2014 foi foda, muitas vezes. Como todo ano, como a vida.


Li mais que em muitos anos recentes. A lista dos livros do ano ainda vem por aí. Os livros foram companheiros importantes num ano em que olhei muito pra dentro, estive muito comigo mesma, pensei muito no futuro, no que quero para a minha vida, para os meus amores, para a velhice. Mesmo com toda a minha superexposição virtual --não, isso não vai mudar em 2015, sorry--, houve espaço para introspecção e reflexão. Uma coisa não exclui as outras, viu galera?




Vi meus filhos encerrarem ciclos importantes em suas vidas, justamente quando tive o prazer de estar mais presente. Felps terminou a educação infantil; Lucas, o ensino fundamental.

Ambos estão crescendo saudáveis, felizes, carinhosos, juntos e amigos. Lucas e eu vivemos uma jornada particular em Londres, que não dá para ser traduzida num post, mas tá marcada a ferro na nossa alma, eu sei. Nunca vou esquecer nossos dias juntos no verão londrino, meu filho, nem que eu viva 100 anos.




E eu ouvi. E cantei. E dancei. Sozinha em casa, no chuveiro, no computador, no SongPop, na pista, na 'cadimia', na praia, no parque, na rua, na chuva (não, aí não, porque quase não choveu), na fazenda (errr, #not).


Nunca antes neste país ouvi tanta música. Me apaixonei pelo Spotify. Comprei vinil, comprei CD, troquei músicas com amigos queridos (amo), fiz listas, fui a alguns dos shows mais incríveis da minha vida (vide abaixo post dos discos do ano).

Chorei com Neil Young e me embebedei com o Arcade Fire; vi Flávia Barbosa cair de joelhos pelo Pearl Jam e ouvi o Cabral deixar 'The Long and Winding Road' tocar inteirinha pelo celular no show do Paul. Chorei, ri, me identifiquei com as letras, tive epifanias ouvindo música, como sempre.

Foi a música que me apontou o caminho a seguir, tantas vezes. Além, é claro, da terapia (viva, Arthur!), os conselhos dos amigos, da família...

Não acaba não, 2014. Fica, vai ter bolo!

sábado, 20 de dezembro de 2014

Meus 25 discos preferidos de 2014

Em 2014 eu descobri duas lojas de discos incríveis, a Rough Trade de Brick Lane, em Londres, onde vivi uma pequena fábula particular, e a Warterloo, em Austin, onde vi a diferença que faz um vendedor de discos tipo o Rob Fleming, dono da loja do "Alta Fidelidade".

Em Londres, estava fuçando nos vinis e CDs quando me interessei pela música que tava rolando na loja. Eu tinha ''estacionado'' o Lucas num dos mesões na frente da loja, com wifi grátis e um celular, então tinha tempo de sobra. Chequei com o soundhound e vi que era uma banda cujo CD estava exposto: Honeyblood. Rolaram mais 3 na sequência e coloquei o CD das meninas na cestinha.

Na hora de passar pelo caixa, o vendedor careca com barba hipster diz:
_Essas meninas vão tocar aqui na loja amanhã, quer vir?

Fui com a Daniela Paiva. Curtimos, tomamos cerveja artesanal, papeamos e ela ainda fez matéria. Foi meu primeiro pocket-em-loja-de-disco-de-uma-banda-descoberta-por-acaso, uma situação tão comum em blogs de música, livros, filmes. Esse disco tá na minha lista de melhores de 2014.



Em Austin, eu procurava o vinil do Autre Ne Veut, sem sucesso. A loja é HUGE, enorme. Como lá eu tava sozinha, nem precisei dopar ninguém para passar horas a fio entre as estantes. Nada do disco com a capa-referência ao Munch. Perguntei no caixa. Ele não entendeu meu francês.


Mostrei o disco no meu iTunes do celular. Ele saiu de trás do caixa, rumou resoluto para uma das estantes, abriu um armário embaixo das prateleiras com discos expostos, calculou sei lá como e PUXOU O DISCO exatamente que eu queria, sem ver lombada, sem nada. Esse disco só não está nessa lista porque é de 2013, e eu demorei um ano para descobrir uma das obras-primas da minha vida. Obrigada por isso, Pitchfork.


Sites, lojas de discos, dicas dos amigos, coletâneas de blogs. Nunca todo esse material foi tão bem-vindo na minha vida como no 2014 do sabático. Consumi tudo, devorei, comprei vinil, comprei CD, baixei.

E me apaixonei pelo Spotify, no registro oposto ao da epifania analógica nas lojas de disco. Ali não tem capinha, não tem encarte, não tem peso, mas tem TUDO. E com super qualidade. E é playlist friendly, e eu sou uma playlist addicted. Eu finalmente aceitei o stream com o Spotify. Acho que daqui a algumas semanas não vou lembrar como era minha vida sem ele.

Se o ano teve muita coisa boa, também, teve suas decepções: como são chatos os discos novos do Morrissey e do Manic Street Preachers (Igor, se estiver lendo isso, não brigue comigo). Comprei os dois e estou pensando seriamente em colocar em liquidação na feirinha do Bixiga. Alguém quer?

Também não me pegaram os novos do Weezer, do Pixies e do Damon Albarn. Achei mais do mesmo sem brilho os do Foster the People e do Black Keys, que vinham de álbuns geniais. E não entendi o hype com o tal Mac DeMarco e não tive saco para os discos super incensados do Swans e FKA Twigs (pelas duas capas mais feias do ano) e o rap raivoso e chato do Run the Jewels.

A minha lista dos melhores de 2014 tem de tudo um pouco. Rock de verdade (Cloud Nothings e Parquet Courts super guitarrudos), eletrônico (Caribou maravilhoso), fusões cheias de textura (o que é esse disco do The War on Drugs? E como classificar o som do How to Dress Well?), folkzinho do bem (Beck de volta à forma, e o lindo Sun Kil Moon), mulherada quebrando tudo (Dum Dum Girls, Honeyblood já citado e a linda e fashion da St. Vincent) e os jovens promissores chegando muito bem à maturidade (Conor Oberst, Ryan Adams, Paolo Nutini --e o Brendan Benson só não entrou na lista porque o disco incrível dele é de dezembro de 2013). Tem até uma dose de psicodelia setentista, com os doidos do Foxygen.

E tem o Real Estate, um disco daqueles perfeitos do início ao fim, com sua guitarrinha melódica, suas letras melancólicas e saudosistas. Vi os caras duas vezes ao vivo neste ano, comprei primeiro o disco no iTunes e depois a bolacha, cumpri todas as etapas da paixão sonora com esse discaço.

Aqui vão os preferidos da casa em 2014. Recomendo fortemente que quem ler este post inclua esses discos na sua coleção, virtual ou física. Que tal parar de repetir que não conhece nada e... se por a conhecer? Música é um organismo vivo, tem sempre música nova sendo feita. Você não está obrigado a ouvir os mesmos versos até morrer.


1. Real Estate – Atlas



2. TV On The Radio – Seeds


3. The War On Drugs – Lost In The Dream



4. Conor Oberst – Upside Down Mountain


5. Future Islands – Singles


6. Spoon – They Want My Soul


7. How To Dress Well – "What Is This Heart?" (Deluxe Edition)


8. Paolo Nutini – Caustic Love



9. Cloud Nothings – Here and Nowhere Else




10. Parquet Courts – Sunbathing Animal



11. The New Pornographers – Brill Bruisers



12. The Pains Of Being Pure At Heart – Days Of Abandon (Deluxe Edition)



13. Banks – Goddess


14. Ryan Adams – Ryan Adams


15. St. Vincent – St. Vincent


16. Dum Dum Girls – Too True


17. Ariel Pink – pom pom





18. Honeyblood – Honeyblood

19. Caribou – Our Love


20. Sun Kil Moon – Benji




21. Foxygen – …And Star Power



22. Beck – Morning Phase

23. Bombay Bicycle Club – So Long, See You Tomorrow



24. Jack White – Lazaretto



25. Slow Club – Complete Surrender



terça-feira, 25 de novembro de 2014

Like a rolling stone


"Keep me searching for a heart of gold
 And I'm getting old''
 Neil Young


A música está entalhada na minha alma, como rocha. Daquelas duras, ancestrais.

Há as magmáticas, como a gente aprende na escola. Nessa camada vulcânica está toda a matéria orgânica que fez de mim o que eu sou, o meu húmus, a lava que mantém aquecido o meu coração.

É nessa parte profunda, arqueozóica, que vivem Beatles, Elis, João Gilberto, Smiths, Legião, Stones, Neil Young.

Poucos, mas vitais. Alguns extintos, outros desafiando a Evolução, ainda vivos pela Terra, procriando, todos em plena ebulição dentro de mim.

São a cláusula pétrea da minha existência, aquela herança inegociável e inalienável, o código genético que pretendo legar aos meus filhos, na forma de um testamento afetivo: esta é a mãe de vocês.

É deste DNA que ela é feita. Estas foram as células que constituíram a pessoa que ela se tornou.

Esse legado não tem uma composição pura, não é diamante, está mais para um quartzo: misturado, bagunçado, multifacetado. Resistente à ação do vento, à água, às intempéries todas, às eras geológicas.

Logo abaixo do magma, vem a ainda rica mistura musical da minha camada sedimentar. A composição dos sedimentos nos fornece pistas sobre a rocha original.

Na minha formação rochosa particular, Beatles e Smiths me levaram a R.E.M., Belle & Sebastian e Arcade Fire, com camadas de sedimento de todo o rock entre eles. Neil me levou a Van Morrison. A sensualidade black dos Stones fez com que eu me apaixonasse por Ben Harper.

Na parte mais externa está a camada metamórfica: todas as bandas/artistas preferidas das últimas décadas/anos/meses de todos os tempos, que fizeram meu coração pulsar e meu sangue ferver. Estão lá, entalhadas na rocha-matriz.

Meus amigos sabem identificar minhas pepitas mais suscetíveis à ação do ambiente (Death Cab, Fleet Foxes, Echo, New Order, Strokes, Oasis, Blur, tanta coisa!).

Quando eu morrer, essa música toda continuará no mundo, como uma pepita, e vai fazer com que os me amaram se lembrem de mim.

Não há erosão que leve a música, de longe o mineral mais duro.

Abaixo, a lista da minha geologia musical:

Heart of Gold - meu DNA musical

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Top 10 livros infantis da família Cabral



Baseada no meu microconto familiar da noite passada, quando achei o "Marcelo Marmelo Martelo" perdido e vi a magia desse livro funcionar com o Felps, me deu vontade de fazer um top 10 dos livros infantis aqui de casa. 

Como toda lista, será incompleta, questionável, para alguns ridícula etc. Mas ela se baseia única e exclusivamente na satisfação do público mirim da família Cabral e no vínculo afetivo que esses livros todos provocaram.

Lá vai:




1. A Festinha - Barbara Reid

Singelo, emocionante, vibrante, o livro que fez mais sucesso aqui em casa, tanto com o Lucas quanto com o Felps. Clássico absoluto, apesar de ser de 2003. Acho que o segredo é que ele reproduz aquele estado de embaraço, confusão, excitação e pertencimento que todos nós sentimos nas festas familiares, desde que somos crianças. E mexe com um tema que me é muito caro: a construção da memória afetiva.



2. Marcelo Marmelo Martelo - Ruth Rocha


Já citado no post do Facebook. É um clássico da literatura nacional, que tem não só a história-título, mas também outras duas sensacionais: ''O Dono da Bola'' e ''Teresinha e Gabriela''. Aprovado no primeiro teste com Felps: gargalhadas de ouvir da sala diante da novilíngua do Marcelo.


3. Chapeuzinho Amarelo - Chico Buarque de Hollanda


Das ilustrações do Ziraldo à história em si, acrescentando minha performance toda especial no "Eu sou um lobooo", é um sucesso absoluto aqui em casa. Um jeito inteligente e divertido de recontar a manjada história da Chapeuzinho Vermelho.


4. Como Contar Crocodilos - Margaret Mayo


As histórias desse livro têm em comum o fato de terem bichos como personagens e sempre oferecerem pontos de vista inusitados de situações igualmente incomuns. O resultado é que as crianças ficam fascinadas e pedem para ouvir de novo. E olha que os contos não são fáceis, os personagens não são todos bonzinhos, mas são todos cativantes.


5. Lúcia Já-Vou-Indo - Maria Heloisa Penteado


Esse livro fez sucesso com a minha irmã, que teve de lê-lo na primeira série. Com o Lucas pequeno, tive um sobressalto quando dei de cara com ele, em edição idêntica. É um livro sobre aceitar as diferenças e anti-bullying muito antes de se falar em bullying. E a musiquinha "Lúcia ja vou indo vinha vindo vinha vindo" é um hit já em terceira geração na minha família, by Roberta Alvares.


6. O Gatola da Cartola - Dr. Seuss

Na verdade o ideal seria colocar todos os livros do Dr. Seuss nessa lista. Esses livros foram um divisor de águas na infância do Lucas: vieram numa fase em que ele começava a ler, mas ainda gostava de ouvir histórias. Lemos todos eles juntos, e foram um achado para mim, que não conhecia esse clássico da literatura infantil. A tradução da Mônica Rodrigues é um primor.




7. Um Garoto Chamado Rorbeto - Gabriel O Pensador

Muita gente talvez nem saiba que o Gabriel O Pensador é autor de um livro infantil. Na verdade, o livro é bem melhor que qualquer música do cara, hehehe. Uma história inusitada, bem costurada, que mistura a relação de pai e filho, a aceitação das diferenças e a importância da leitura. Não vou contar o principal, para não estragar a surpresa de quem quiser contar para os filhos. 



8. Como Pegar uma Estrela - Oliver Jeffers

É o único desta lista 100% Felps. O Lucas não passou pela aventura do garotinho obcecado em ter uma estrela só para ele, e as fofas artimanhas que ele cria para pegar uma. Divertido, emocionante, com lindas ilustrações. Tenho de agradecer à Mariana Miguel pelo presente.


9. O Ursinho Apavorado - Keith Faulkner

Campeão de gargalhadas no quarto do Lucas, esse não funcionou com o caçula: o Felipe pegou bode do livro. Morre de medo dos barulhos terríveis, fruto da imaginação do ursinho. O objetivo era justamente tirar o medo dos meninos de dormirem sozinhos no quarto deles. Com o Lucas funcionou. Com o Felps, #fail. Ainda assim entra na lista pela criatividade da história e o primor das dobraduras.



10. Raposa - Margaret Wild

Na verdade, trata-se de um livro de terror infantil. Lucas, que está bisbilhotando aqui do lado, foi contra a inclusão na lista. "Até hoje tenho pesadelos com esse livro. Até a capa já dá medo''. E ele está certo. O livro é inquietante, tenso. Justamente por isso, totalmente diferente da oferta existente em literatura infantil. O resultado: Lucas lembra dele até hoje. Ainda não tive coragem de testá-lo com o Felps.



Menção honrosa: Da Pequena Toupeira que Queria Saber quem Tinha Feito Cocô na Cabeça Dela - Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch

Um livro escatológico, mas sucesso total com meus dois filhos. No Maria Montessori, escola onde o Lucas fez a educação infantil, chegou a haver uma assembleia de mães que queriam reclamar do livro, pois as crianças estavam no Jardim 1 (4 anos) e ele foi incluído na biblioteca circulante. Mais um grande acerto da escola. Um jeito bem-humorado de desmistificar um assunto, mostrar a diferença entre os animais e mostrar, desde cedo, que se você cagar na cabeça de alguém, vai ter troco.